Economista pela UFRJ; Mestre e PhD pela universidade de Harvard(EUA); foi professor da FEA-USP; Técnico do IPEA; Deputado Federal constituinte; Diretor do Banco do Nordeste; trabalhos publicados nas áreas de Macroeconomia, finanças públicas e economia regional; Presidente do Conselho deliberativo da CARE Brasil-SP(1998-2001); Expositor em conferências nacionais e internacionais; consultor de empresas.
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ECONOMIA NO MUNDO E NO BRASIL:
ECONOMIA MUNDIAL E BRASILEIRA
Mensalmente,
o boletim Macrométrica nos cede os resultados de suas previsões, para os
próximos 5 anos, para a economia mundial e brasileira. São
estimativas baseadas em modelos econométricos de alto nível, sob a coordenação
do Prof. Francisco Lopes, para apresentações em algumas grandes empresas.
A)
CENÁRIO DA ECONOMIA MUNDIAL
Produção industrial dos EUA perdeu velocidade em 2011, mas sobe forte em 2012-14.
Taxa de
Variação % dez/dez |
2011 |
2012 |
2013 |
2014 |
2015 |
2016 |
2017 |
Produção
Industrial EUA |
3,8 |
5,8 |
5,9 |
6,1 |
3,9 |
1,0 |
-1,9 |
Produção
Industrial Eurozona |
-1,4 |
-0,2 |
5,1 |
4,7 |
4,4 |
2,5 |
-1,6 |
Produção
Industrial Japão |
-1,5 |
4,9 |
4,7 |
2,4 |
1,0 |
-0,2 |
-2,1 |
Nível de atividade europeu evolui com atraso registrando queda na variação 12 meses ao longo de 2012.
Produção
industrial americana retorna ao nível de início de 2008 ao final de 2012; a
européia só em 2015. Devido à recessão de 2016-17, este ainda será o nível de
atividade industrial por volta de 2019!
Valor em dólares das exportações mundiais caiu em 2009 e voltou a subir forte em 2010-11, mas deve cair novamente em 2012. PIB americano apresentará forte crescimento na média anual em 2013-15.
Variação Média Anual % |
2011 |
2012 |
2013 |
2014 |
2015 |
2016 |
2017 |
Exportações Mundiais
em US$ |
17,1 |
-5,9 |
5,2 |
13,1 |
11,6 |
7,9 |
0,8 |
Produção Mundial de
Aço Bruto |
6,4 |
5,1 |
6,0 |
6,4 |
5,6 |
4,4 |
2,0 |
PIB Estados Unidos |
1,7 |
2,7 |
3,8 |
4,3 |
4,1 |
2,8 |
0,9 |
Produção Industrial
EUA |
4,1 |
5,4 |
5,7 |
6,1 |
5,1 |
2,9 |
-0,8 |
PIB Eurozona |
1,5 |
-0,3 |
0,6 |
2,0 |
2,6 |
2,7 |
1,6 |
Produção Industrial
Eurozona |
3,6 |
-2,8 |
4,3 |
4,1 |
4,7 |
3,6 |
0,0 |
PIB Japão |
-0,1 |
2,2 |
2,3 |
2,1 |
1,7 |
1,4 |
0,8 |
Produção Industrial
Japão |
-2,8 |
5,0 |
4,6 |
3,7 |
1,8 |
0,7 |
-1,7 |
PIB China |
9,3 |
7,5 |
7,4 |
8,8 |
9,2 |
9,0 |
8,3 |
Final de Ano |
|||||||
Taxa de Desemprego EUA
(%) |
8,5 |
7,8 |
7,2 |
6,1 |
5,0 |
4,5 |
4,7 |
Taxa de desemprego nos Estados Unidos mantém um movimento de queda que, porém, só ganhará maior velocidade em 2014. A lenta recuperação nos preços de imóveis e no financiamento de hipotecas, combinada à retração nas finanças estaduais e municipais e ao impasse político no Congresso, pelo menos até o final de 2012, compromete a velocidade da recuperação na geração de empregos.
Taxa de crescimento (% média anual) do PIB China fica próxima a 7% em 2012 e converge no longo prazo para a faixa de 8 a 9%.
B) CENÁRIO PARA A ECONOMIA BRASILEIRA
Depois
do forte e atípico crescimento de 7,5% em 2010, era natural que a economia
brasileira perdesse velocidade em 2011. Isto se deveu também ao impacto do
aumento do coeficiente de importações nos setores de bens de consumo duráveis e
intermediários. A economia volta a se acelerar ao longo de 2012, com a variação
percentual do PIB ao final do ano próxima a 4,0% (sobre mesmo trimestre do ano
anterior).
Se considerarmos as taxas de crescimento do PIB medidas pela variação percentual sobre o mesmo trimestre do ano anterior teremos números na faixa de 4,5 a 5,0% entre 2013-15, com destaque para a produção de bens de capital e de bens duráveis de consumo e para a construção civil. Note que o crescimento na ponta em 2011 foi de apenas 1,4%.
Variação % 4
Trimestres |
2011 |
2012 |
2013 |
2014 |
2015 |
2016 |
2017 |
Produto
Interno Bruto |
1,4 |
4,0 |
4,5 |
4,5 |
4,8 |
3,9 |
3,6 |
PIB Indústria |
-0,4 |
4,0 |
5,2 |
5,2 |
5,3 |
3,9 |
3,2 |
PIB Indústria
Transformação |
-3,1 |
3,4 |
5,1 |
4,7 |
4,8 |
3,3 |
2,6 |
Duráveis
Consumo |
-9,5 |
2,6 |
7,3 |
6,5 |
6,9 |
5,2 |
4,8 |
NãoDuráveis
Consumo |
-1,5 |
4,1 |
4,4 |
4,3 |
4,6 |
3,9 |
3,8 |
Bens
Intermediários |
-0,8 |
2,8 |
3,8 |
4,9 |
4,7 |
2,9 |
2,2 |
Bens
de Capital |
-1,4 |
7,5 |
16,9 |
12,6 |
12,8 |
9,8 |
7,4 |
PIB Extrativa
Mineral |
3,8 |
6,4 |
2,0 |
5,3 |
4,1 |
5,2 |
3,0 |
PIB Construção
Civil |
3,1 |
6,8 |
7,5 |
7,1 |
7,8 |
5,6 |
4,9 |
PIB
Agricultura |
8,4 |
3,9 |
2,2 |
3,6 |
3,4 |
3,8 |
4,5 |
PIB Serviços |
1,4 |
3,6 |
3,9 |
3,8 |
4,1 |
3,4 |
3,3 |
Em termos de taxas de crescimento da média anual a produção industrial crescerá na faixa de 4,5% a 5,5% em 2013-15. Maiores taxas de crescimento em 2012 na extrativa mineral (6,0%) e na construção civil (5,0%). Produção de bens de consumo, bens de capital (particularmente caminhões) e bens intermediários com crescimento reduzido em 2012, ainda em conseqüência das importações e do carry-over negativo de 2011 (inclusive devido à acumulação excessiva de estoques). Produção de bens duráveis de consumo ainda com queda em 2012, refletindo principalmente o impacto da retração na produção de automóveis.
Variação %
Média Anual |
2011 |
2012 |
2013 |
2014 |
2015 |
2016 |
2017 |
Produto
Interno Bruto |
2,7 |
2,7 |
4,4 |
4,6 |
4,8 |
4,1 |
3,6 |
PIB Indústria |
1,6 |
1,7 |
4,6 |
5,4 |
5,4 |
4,4 |
3,3 |
PIB Indústria
Transformação |
0,1 |
0,1 |
4,2 |
5,0 |
4,9 |
3,7 |
2,7 |
Duráveis
Consumo |
-2,0 |
-4,3 |
6,9 |
6,5 |
7,1 |
5,7 |
5,0 |
NãoDuráveis
Consumo |
-0,2 |
2,9 |
4,2 |
4,4 |
4,6 |
4,0 |
3,6 |
Bens
Intermediários |
0,3 |
0,8 |
3,3 |
5,2 |
4,8 |
3,5 |
2,4 |
Bens
de Capital |
3,3 |
-0,8 |
13,2 |
14,2 |
13,2 |
10,6 |
7,9 |
PIB Extrativa
Mineral |
3,2 |
5,9 |
3,2 |
4,2 |
4,6 |
4,8 |
3,7 |
PIB Construção
Civil |
3,6 |
4,7 |
7,0 |
7,8 |
7,8 |
6,4 |
5,0 |
PIB
Agricultura |
3,9 |
3,7 |
2,8 |
3,1 |
3,4 |
2,8 |
2,7 |
PIB Serviços |
2,7 |
2,6 |
3,8 |
3,8 |
4,1 |
3,6 |
3,2 |
Em
2017-18 a taxa de crescimento da economia brasileira será afetada pela
desaceleração global da atividade econômica e pela política monetária mais
restritiva em resposta à aceleração inflacionária produzida pela correção da
taxa de câmbio. No longo prazo a taxa de crescimento do PIB converge para a
faixa de 4,0 a 4,5% ao ano. Crescimento anual fica próximo a 4,0% na
média de 2012 a 2022.
A
desaceleração mundial, em combinação com a forte recuperação brasileira,
produzirá novo descompasso nas trajetórias de evolução de exportações e
importações em 2013-14.
Como conseqüência os saldos da balança comercial (exportação menos importações de bens) e em transações correntes (incluindo serviços, juros e remessas de lucros) apresentarão tendência de deterioração até 2014, quando começa uma reversão como conseqüência do ajuste da taxa de câmbio.
US$ bilhões |
2011 |
2012 |
2013 |
2014 |
2015 |
2016 |
2017 |
2018 |
Balança Comercial |
29,8 |
26,8 |
6,2 |
0,3 |
12,2 |
24,6 |
15,1 |
-1,8 |
Transações Correntes |
-52,5 |
-54,2 |
-75,9 |
-83,1 |
-68,6 |
-63,8 |
-79,2 |
-100,0 |
Invest Direto+Carteira |
99,4 |
88,2 |
70,1 |
64,5 |
59,5 |
58,3 |
61,5 |
62,1 |
% do PIB |
||||||||
Balança Comercial |
1,2 |
1,2 |
0,3 |
0,0 |
0,5 |
0,8 |
0,5 |
-0,1 |
Transações Correntes |
-2,1 |
-2,3 |
-3,1 |
-3,3 |
-2,5 |
-2,1 |
-2,4 |
-2,9 |
Invest Direto+Carteira |
4,0 |
3,8 |
2,8 |
2,5 |
2,2 |
1,9 |
1,9 |
1,8 |
Reservas
Internacionais |
14,2 |
15,6 |
13,5 |
11,7 |
10,1 |
8,5 |
7,0 |
5,4 |
% Exportações |
||||||||
Balança Comercial |
11,6 |
10,4 |
2,4 |
0,1 |
3,7 |
6,7 |
4,0 |
-0,5 |
Transações Correntes |
-20,5 |
-21,0 |
-29,9 |
-29,2 |
-20,8 |
-17,3 |
-20,9 |
-26,4 |
Invest Direto+Carteira |
38,8 |
34,1 |
27,5 |
22,7 |
18,1 |
15,9 |
16,2 |
16,4 |
Como
percentual do PIB o balanço em transações correntes evoluirá para um déficit na
faixa de 2,5 a 3,0% por volta de 2018, convergindo para próximo de 2%
em 2022. Investimento direto (FDI) mais carteira, depois de alcançar 5,5% do
PIB em 2009, 5,0% do PIB em 2010 e 4,0% do PIB em 2011, perde intensidade até
2018. No longo prazo também converge pra 2%.
Taxa de câmbio R$/US$ com tendência ascendente chegando próximo a R$2,35 em 2019 e se mantendo no longo prazo na faixa de R$2,20 a R$2,25. O Banco Central utilizará suas reservas internacionais e operações com derivativos para obter um ajuste gradual do câmbio, administrando passo a passo o ritmo da desvalorização, particularmente em 2012-14 e em 2017-18, de modo a manter a inflação permanentemente abaixo do teto da meta de 6,5%.
Final de Ano |
2011 |
2012 |
2013 |
2014 |
2015 |
2016 |
2017 |
Taxa de Câmbio
R$/US$ |
1,88 |
1,96 |
2,03 |
2,14 |
2,19 |
2,15 |
2,20 |
EMBI+ Brasil |
223 |
160 |
111 |
95 |
92 |
96 |
117 |
Taxa dos FED
funds % |
0,25 |
0,25 |
1,00 |
4,00 |
5,00 |
4,50 |
2,25 |
Taxa SELIC% |
11,00 |
8,50 |
7,50 |
7,50 |
8,25 |
8,50 |
7,75 |
Taxa Real
SELIC% |
4,8 |
3,7 |
3,1 |
2,5 |
1,9 |
2,6 |
3,1 |
TJLP % |
6,00 |
6,00 |
6,00 |
6,00 |
6,00 |
6,00 |
6,00 |
Taxa SELIC depois de ter atingido um pico de 12,5% fechou 2011 em 11,0% e evoluirá para 8,5% em 2012, com o COPOM estabilizando a taxa entre agosto e dezembro. Em 2013 cai para 7,5%, mas volta a subir moderadamente em 2015-16 com a nova aceleração da inflação produzida pelo ajuste cambial. No longo prazo converge para próximo de 6,0%. De forma gradual a economia brasileira evoluirá para taxas de juros alinhadas ao padrão internacional, o que permitirá uma livre flutuação autêntica da taxa de câmbio.
Convergência
entre as taxas de juros SELIC e dos FED funds ocorre de forma muito gradual. No
longo prazo taxa dos FED funds converge para próximo de 4,0% e o diferencial
entre as taxas converge para a faixa de 2,0 a 3,0 pontos de
percentagem.
Taxa
de inflação 12 meses no IGPM supera a do IPCA entre 2014 e 2015 e em 2018 em
virtude do ajuste cambial.
Relação Ibovespa/SELIC sobe consistentemente até meados de 2015. No acumulado desse período a rentabilidade das ações deve superar em larga medida a da renda fixa. Ibovespa ainda deve fechar o ano de 2012 abaixo dos 70 mil pontos.
2011 |
2012 |
2013 |
2014 |
2015 |
2016 |
2017 |
|
SP 500, EUA |
1258 |
1445 |
1689 |
1924 |
2039 |
1927 |
1822 |
Dow Jones EUA |
12218 |
13723 |
16124 |
18699 |
20257 |
19534 |
18637 |
DAX, Alemanha |
5898 |
6919 |
8382 |
11102 |
13515 |
12831 |
11564 |
NIKKEI, Japão |
8455 |
10229 |
12881 |
15998 |
18337 |
18149 |
17512 |
CAC40, França |
3160 |
3037 |
3065 |
3202 |
3042 |
2341 |
1684 |
Ibovespa |
56754 |
67402 |
92734 |
118104 |
132823 |
118779 |
101080 |
DAX em US$ |
7654 |
8421 |
10988 |
14919 |
17042 |
15487 |
14010 |
NIKKEI em US$ |
110 |
147 |
192 |
214 |
215 |
206 |
197 |
CAC40 em US$ |
4100 |
3696 |
4018 |
4303 |
3836 |
2825 |
2040 |
Ibovespa em
US$ |
30256 |
34369 |
45676 |
55181 |
60604 |
55191 |
46045 |
Ibovespa US$ /
Dow |
2,48 |
2,54 |
2,89 |
2,97 |
3,00 |
2,80 |
2,47 |
Ibovespa /
SELIC (*) |
95 |
103 |
132 |
156 |
163 |
135 |
106 |
(*)
Fechamento do último mês observado igual a 100